sábado, 5 de agosto de 2017









um dia triste
ventoso
sem brilho
olhei desatento
como quem olha
adivinhando o que avista
faz muito tempo
que o caminho é o mesmo
tão velho como suas histórias
quem vinha de longe 
passava por ele
quem vivia por perto
passava por ele
quem não se decidia por onde iria
passava por ele
vou me embora e me esqueço
nada mais faz sentido
não me assusto
não me encanto
não tenho vontade
lembro de tudo
e não sinto saudade
morri dessas coisas
morri dessa gente
morri desse mundo
morto me abalo
sei lá para onde
sei lá de que jeito
sei lá como faço
deixei sobre a mesa da sala
o poema que escrevi hoje cedo
não volto para buscá-lo
daqui não levo nada comigo

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