Eram os três no alpendre
quando as casas ainda os mantinha logo na entrada
com cadeiras de descanso,vasos de gerânios
trepadeiras subindo pelos muros em volta
e que não os confunda com abrigos para automóveis
que então eram poucos os que havia
Caminhava-se por calçadas de pedra e ruas de terra batida
acompanhava a sombrinha que aliviava o sol escaldante
passavam carroças, mães com crianças, toda sorte de gente
que se conhecia e se sabia de onde vinham e pra onde iriam
Eram os três sentados todas as tardes
o pai Seo Vitório, velho alfaiate
a mãe Dona Ritinha, doces e balas que derretiam na boca
a filha solteira perdida em tristezas que não se contavam
Ali ficavam e por ali quem passava ouvia velhas histórias
casos antigos que remontavam ao início do século
vezes incontáveis ouvi mágicas bandas tocando
bandas de flauta, bombardinos, coretos e desfiles
vi Friedenreich marcando golaços jamais reprisados
em memoráveis pelejas inscritas pra sempre nas minhas retinas
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