sábado, 11 de março de 2017












Penso na felicidade
não aquela que sentimos
pelas etapas vencidas
estabelecidas,contratadas
quando então nos concentramos
para as exigências da vida
para os papéis que desempenhamos
conforme a peça em que atuamos
estudante,aprendiz
esposa,marido
proprietário,gerente de banco
professora,dona de casa

Penso na felicidade
aquela quando olhamos pra dentro
e nos indagamos
sobre nossa vontade
sobre coisas mais íntimas
que olhamos como não as víssemos
que fazemos de conta que as esquecemos

Desejos inconfessáveis
paixões reprimidas
sonhos adormecidos
feridas que permanecem abertas
e talvez jamais cicatrizem

Acertos de contas
pelos quais somos cobrados
por nós mesmos
às vezes quando estamos sozinhos
às vezes quando nos olhamos no espelho
e surpresos nos reconhecemos
como velhos companheiros

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