segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Alguma coisa me diz
que Batatais não se esquece de mim
seja lá pela minha mania
de levar comigo a poesia
por estas ruas estreitas
que teimam em me seguir
sejam lá casos a considerar
fantasia,pretensão abusiva
coisa que me engana
ou que me faça iludir
se acaso eu soubesse
o que se passa com ela
ficaria mais atento
ao seu silêncio, ao seu movimento
Na praça da Matriz, em frente à Santa Cruz
pressinto que ela me espreita
no alto do céu azul
ou da janela de algum casarão
se subo a Ladeira
em direção á Santos Dumont
ela se disfarça de brisa antiga
saída há século da casa de meus avós
se sigo outros caminhos
ela se posta solitária
na Capela de São Judas
na estrada velha do Tomba-Carro
atrás da casa humilde
de Santo Antonio meu protetor
ela se esconde no bosque

 lá onde possa me ver
Na Cachoeira desde menino
já desconfiava de sua presença
mergulhada fundo nas águas
escorrendo abaixo nas pedras
Onde quer que eu esteja
parece também que ela está
como um sombra que se projeta
sobre mim em todo lugar
alguma coisa me diz
que Batatais, discreta e calada
me observa, me acompanha
vive feliz perto de mim

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